sábado, 30 de junho de 2012

POR QUE FAZEMOS CIÊNCIA?

copiado de sitepsicologia


A discussão sobre “Por que fazemos ciência” é algo extremamente complexo e, porque não dizer, controverso. A posição adotada sobre esta questão está diretamente relacionada à doutrina teórica e ao posicionamento ideológico de quem a responde. Assim, como bem aponta o prof. André Porto Ancona Lopez ao introduzir a discussão em seu blog Metodologia em Ciência da Informação, existem várias explicações sobre as razões para se fazer ciência.

"A realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos. Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos modificá-la.” A frase de Tomanik, em seu livro O OLHAR NO ESPELHO: “conversas” sobre a pesquisa em ciências sociais, leva a reflexões sobre quão limitada é a compreensão humana sobre o mundo, e ao mesmo tempo, quão distante está a realidade de ser adequada a certos ideais humanos. Os problemas levantados pelos cientistas teriam, portanto, a intenção de conhecer, interpretar, analisar e gerar novos conhecimentos sobre a realidade, já que o conhecimento humano é limitado. Ao conseguir finalmente conhecer a realidade e interpretá-la o cientista pode se deparar, por vezes, com algo que não atende às suas expectativas, e, portanto, cria mecanismos para modificar essa realidade. Neste contexto encontram-se duas etapas da trajetória científica. Uma primeira que se caracteriza como investigativa, configurada nos próprios procedimentos da pesquisa em si. A segunda, a de modificação da realidade, pode ser vista como conseqüência da primeira, na medida em que não se pode conceber a proposta de mudança de algo que ainda não se conhece.  Cabe, contudo, destacar que tal visão sobre o processo científico encontra-se na perspectiva da crítica humanizadora e do relativismo. Para a pesquisa tradicional de base empiricista, os resultados restringem-se aos meios científicos e acadêmicos, excluindo a realidade estudada do conhecimento produzido sobre ela mesma. Presume-se, nesta concepção tradicional, o afastamento entre pesquisador e objeto de pesquisa, numa perspectiva de neutralidade e racionalidade. Não se reconhece que, a mudança da realidade ocorre naturalmente a partir da interação com o objeto de pesquisa, mesmo que muitas vezes o pesquisador não se dê conta disso.

As possibilidades de modificação da realidade estudada são tanto maiores quanto forem as formas de participação da comunidade estudada no processo de desenvolvimento da pesquisa. Neste sentido, a pesquisa participante ao evocar o sujeito pesquisado como agente da própria pesquisa cria condições para que este também se aproprie de seus resultados, interprete a sua própria realidade de forma distinta e conduza o seu próprio fazer para novos caminhos.

Cabe ainda refletir sobre a questão da pesquisa como auxiliar no processo de redução da complexidade da realidade. A ciência não seria paradoxal neste sentido? Esclareço. Ao mesmo tempo em que busca a redução da complexidade da realidade, por meio da resposta a determinados problemas, a ciência pode também tornar essa realidade ainda mais complexa. Ao gerar novos conhecimentos e ampliar assim a quantidade de conhecimento disponível, contribui para uma sensação ainda maior de limitação do ser humano e gera necessidades de novos questionamentos. A idéia de que quanto mais se sabe sobre determinado assunto, mais se torna evidente o quanto ainda não se sabe, talvez reflita acertadamente esta questão. 

O problema destacado em meu projeto de pesquisa, (e acredito que seja a intenção de todo problema de pesquisa) evidencia a complexidade da realidade, já que se reporta a algo que ainda não se compreende, ou seja, que se pretende desvendar. Essa inquietação sobre a realidade é o que move a ciência. A consciência sobre a modificação da realidade estudada reside por enquanto, apenas na mente da pesquisadora, ou seja, não se encontra explicitada no projeto de pesquisa. Sendo a lógica humanista da ciência fortemente presente em minha formação enquanto pesquisadora, vejo como natural e desejável uma real aproximação com a comunidade afetada pela pesquisa. Neste sentido, a própria definição dos métodos de pesquisa carrega como pano de fundo esta visão.



quinta-feira, 28 de junho de 2012

Primeiros Passos

                                         Copiado de CTeME
Este espaço tem por finalidade hospedar discussões e reflexões emergentes durante o percurso de desenvolvimento de pesquisa de doutorado, do DINTER UnB/UFES em Ciência da Informação. O tema é a Gestão de Pessoas em Organizações, mais especificamente, no que se relaciona à criação e ao desenvolvimento de Competência em Informação voltada para a execução dos processos de trabalho.